Acordo do Tratado de Não Proliferação propõe zona livre de armas no Oriente Médio

28/05/2010-17h38
CLÁUDIA ANTUNES
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK
Atualizado às 18h20 

Foto: NASA, inserted by Soma.CP


Os 189 países signatários do Tratado de Não-Proliferação (TNP) reunidos em Nova York conseguiram chegar a um consenso na tarde desta sexta-feira e assinar uma declaração final, propondo um plano detalhado rumo ao desarmamento nuclear mundial e uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.


A declaração final de 28 páginas foi aprovada por unanimidade hoje, último dia da conferência que durou um mês. A decisão põe fim ao temor de que o fracasso do fórum anterior fosse repetido. O tratado passa por uma revisão a cada cinco anos e, na conferência de 2005, os países não conseguiram chegar a uma declaração final. Na ausência de uma declaração final, o tratado continua em vigor, mas perde legitimidade perante a comunidade internacional.

Em nenhum momento o documento final deste ano cita o Irã --o que já era esperado, para que o país persa concordasse em assinar o acordo final.

Segundo o novo plano de ação, as cinco potências atômicas oficiais --EUA, Rússia, Reino Unido, França e China-- se comprometem a acelerar a redução de seu arsenal nuclear, tomar outras medidas para reduzir a importância de armas atômicas, e dar um retorno sobre a situação até 2014.

O documento final também determina uma nova conferência em 2012 "sobre o estabelecimento de uma zona livre de armas nucleares e todas as outras armas de destruição em massa no Oriente Médio". Essa foi uma ideia dos países árabes para pressionar Israel a renunciar a seu arsenal nuclear não declarado.

Apesar das discordâncias em vários pontos por parte de Irã e Síria nas últimas horas, nenhuma objeção foi levantada na sessão final. Após a aprovação do acordo, o chefe da delegação iraniana, Ali Asghar Soltanieh, se uniu aos demais nos calorosos aplausos na sede da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).

A decisão foi "um importante passo em direção à realização dos objetivos e metas do tratado", disse o egípcio Maged Abedelaziz, representando os 118 países do Movimento dos Não Alinhados, na maioria nações em desenvolvimento.
Impasse

O principal obstáculo eram as diferenças entre alguns países ocidentais e as delegações árabes sobre a criação da zona livre de armas nucleares no Oriente Médio à qual os países do TNP já tinham se comprometido em uma resolução em 1995 e que nunca foi implantada, disseram fontes diplomáticas.

A última conferência, em 2005, não conseguiu chegar a um consenso sobre uma declaração final, em partes por causa da decisão do então presidente americano, George W. Bush, de retirar o apoio às medidas de não proliferação ratificando o tratado que bania todos os testes nucleares.

O apoio do presidente Barack Obama a medidas de controle melhorou o clima de cooperação na conferência deste ano.

Pelo primeira vez em uma revisão do TNP, a declaração final fala em planos de ações complexas para os três pilares do tratado --não proliferação, desarmamento e energia nuclear pacífica.

No entanto, o plano de ação deixa uma grande brecha em aberto, já que não obriga as quatro nações que não são membros do tratado --Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte, todas que têm oficialmente ou supostamente arsenal nuclear.

Israel não é signatário do TNP, como também não são as potências nucleares declaradas como o Paquistão e a Índia. A Coreia do Norte abandonou o TNP em 2003.

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Folha.com -> http://bit.ly/bkuF1N

1 comentários:

Então disse...

Perfeito, parabéns minha querida amiga.Bjos.


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