20/10/2010
Elisabete Santana
#paznastorcidas
Olimpíadas, um dos eventos mundiais que mais me encantam. Nelas, sinto ainda mais vivo o sentido de cidadania planetária efetivamente se realizando na convivência harmônica e pacífica de seres humanos de culturas diferentes. Uma ode às precisas demonstrações do que os potenciais biológicos e a dedicação nos oferecem. Magnífico!
Muitos sentem o mesmo quando se inicia um campeonato de futebol - e olha que não faltam, nacionais e internacionais. Confesso que sei nada de futebol, embora, claro, a Copa do Mundo mobilize meus instintos torcedores - boto até bandeira no quintal. Aliás, mesmo nos campeonatos nacionais, algo acontece quando meu Curintchiaaaa joga. Não sei o nome de nenhum dos jogadores [tá, sei que Ronaldo e Roberto Carlos ainda estão no time!], nem do treinador ou mesmo do presidente do Clube, mas brinco de torcer - corinthiano não 'vira', nasce, só pra sentir aquele gostinho delicioso de pertença por alguns instantes, enquanto alegremente provoco alguém e dou risadas figadais.
Mas, confesso que se o Palmeiras, dito arquirrival, jogar com uma equipe de outro Estado, torço por ele. A mim, importa que o título venha para São Paulo. Se qualquer outro time jogar em uma competição internacional, torço por ele, porque quero que o título venha para o Brasil. Não preciso dizer que a imensa maioria estranha - talvez, até você, estimado leitor, esteja achando uma estupidez. Afinal, como torcer para um time que tirou o meu da competição?
Simples, penso: acreditando em algo mais interessante que uma mera vitória, ainda que seja um troféu de campeão. Em uma comunidade maior como um bairro, um município, um Estado, um País e, essencialmente, na celebração de uma cidadania planetária, na qual a tolerância, a solidariedade, o respeito ao meu outro seja superior a um escudo - palavra que designa, primordialmente, uma arma defensiva para proteger das armas ofensivas do 'inimigo'.
É mais ou menos assim que trabalho e torço pela paz, por uma Cultura de Paz e, sempre, pela #paznastorcidas. Se o meu adversário perde, não vejo graça em fazer graça disso. Se meu time vence, vibro, sinto-me feliz, mas não vejo nisso algo que me separe, distingua e me eleve diante do outro. É tudo uma grande brincadeira para passar o tempo enquanto estamos vivos - embora saiba que alguns poucos faturem muito com essa ilusão.
#paznastorcidas é uma campanha de Andréa Destefani, do blog coisasdecasados.blogspot.com que apoio e à qual empenho os esforços que ela quiser e precisar, para que não mais algum ser seja vítima da barbárie da cultura de guerra em que fomos formados, vivemos, e precisamos questionar. Gandhi já disse: "a continuarmos olho por olho, dente por dente, terminaremos todos cegos e banguelas". E Einstein alertou: "não sei como seria uma terceira guerra mundial, mas a quarta, certamente, será a paus e pedras". O futebol não tem nada com isso? Você não tem nada com isso? Não creio.
1 comentários:
Clap Clap Clap. Disse tudo!! E nem se preocupe, tem mais torcedor incompreendido, que torce deste seu jeito. Mesmo aqui em casa dificil entenderem, acham que estou traindo meu time se digo que gostaria que outro ganhasse uma competicao internacional. Um dia sera mais clara a nossa irmandade! :)
Obrigada e parabens.
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