Proteja-se: vem aí a próxima geração a entrar no mercado

14/6/2010
Daniella Cornachione
 
Será possível imaginar como vai lidar com trabalho, daqui a alguns anos, a geração das pessoas que estão agora apenas chegando à faculdade? Alguns especialistas em recursos humanos acham que vale a pena fazer esse exercício mezzo sociológico, mezzo futurológico. E o retrato que vem aparecendo é de deixar qualquer chefe de departamento de cabelo em pé.

Os profissionais jovens de agora, que têm até 30 anos e formam a geração Y, já têm recebido críticas — só que as características que moldaram esse pessoal parecem ter se radicalizando na turma seguinte, apelidada de geração Z. Se o Y é questionador, o Z é rebelde sem causa. Se o Y foi mimado pelos pais, imagine a vida mansa que o Z está levando. O Y, na adolescência, já usava muito o computador, mas dividia o tempo com outras atividades. O Z, por sua vez, passa 80% do tempo livre (fora da escola e/ou trabalho) na internet. Essas impressões foram colhidas pela consultoria Dasein, de Minas Gerais. Adriana Prates, presidente da empresa, estuda o tema há alguns anos. “Essa geração tem atividade intelectual e multifuncional fortes, mas também é individualista e superficial”, diz. “Temos de tomar cuidado para não produzir uma geração de pessoas antissociais”.

Os Zs, de acordo com o recorte da Dasein, têm hoje até 17 anos. Ou seja, são crianças e adolescentes, ocupando no máximo cargos de aprendizes e auxiliares, o que dificultaria a avaliação. Adriana leva isso em conta. Não dá para afirmar com certeza que haverá entre os Zs uma parcela anormalmente grande de profissionais displiscentes e mimados, mas a forma como estão sendo educados preocupa. Tempo demais no computador, pouca interação “olho no olho”, falta de limites e expectativa de receber tudo muito facilmente formam uma péssima combinação, segundo a consultora.

A análise da Dasein traz também alguns pontos a favor da nova geração. A intimidade dos Zs com a tecnologia e as redes sociais os torna transgressores na forma de utilizá-las e hábeis para fazer mobilizações virtuais. “Eles são dominados pelas mídias sociais, mas também as influenciam. Estão liderando grandes movimentos na internet”, afirma.

(Adriana acrescenta um detalhe que não tem nada a ver com trabalho: eles têm sexualidade livre, espontânea e fluida. “Os Zs se autointitulam bissexuais”, diz.).

Será que veremos, daqui a alguns anos, o pessoal da geração Y reclamando da moçada mais nova que entra no mercado sem conhecer limites, sem paciência e sem humildade?

Época - > http://bit.ly/cs1puh

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